QUANDO O AMOR VAI EMBORA

 


O Amor estava de partida,

porque sentia-se muito só e decepcionado.

Estava deixando um coração

por quem estivera apaixonado.

Juntou suas coisas,

que eram poucas,

amarrou tudo em uma trouxa

e pendurou na ponta de uma taquara

e assim saiu,

vagando pela estrada.

Andava pensativo,

sentindo-se só e abatido.

Procurou  por um abrigo,

quando percebeu que a noite havia caído.

Aproximou-se de uma cabana e viu a luz acesa,

olhou surpreso e percebeu que havia alguém em casa.

Cauteloso, indeciso,

deu três batidas na porta.

Esperou, mas sem demora alguém gritou lá de dentro,

com voz melodiosa e sonora:

- Quem está aí fora?

- Sou o Amor, respondeu.

- Posso entrar?

- A porta está aberta e a mesa já está feita.

O Amor abriu a porta e entrou com tanta suavidade,

que esqueceu a dor que trazia,

ao perceber o que a dona da cabana fazia.

Era algo que o deixou fascinado:

- Ela desenhava um coração

e o enchia com doces caramelados,

o que fez o Amor ficar ainda mais emocionado.

Aproximou-se,

largou a sua trouxa

e com a pontinha do dedo experimentou aquele doce,

tão doce quanto o doce mais doce que o Amor

já havia experimentado.

Então ele sentiu maravilhado ao perceber

o quanto o Amor era adocicado

e ficou pela dona da cabana apaixonado...

 

  

Débora Benvenuti

 

Comentários