O TEMPO, A ETERNIDADE E O AMOR

 





O Amor estava perdido no tempo

e quanto mais o Tempo passava,

mais o Amor se sentia envelhecido.

Sabia que estava envelhecendo

e não entendia

o que poderia estar acontecendo.

Aquele sentimento que existia

e que no princípio parecia

que nunca terminaria,

não era mais o amor

que antes sentia.

Algo havia mudado

e transformado o Amor

em algo não desejado.

A chama que ardia

e que tantas fagulhas erguia,

agora eram cinzas

que o Amor escondia,

com medo de aceitar

pensar no que acontecia.

Preferia acreditar que era amor,

esse sentimento que pensava

que ainda existia.

Mas quanto mais pensava,

mais percebia

que era um erro

que só ele conhecia.

E era chegado o momento

de se encontrar com a Eternidade,

dizer o quanto havia mudado

desde que se confessara apaixonado.

Mas o Tempo,

que de tudo sabia,

entendia o que o Amor sentia.

Quanto mais o Amor insistia

em dizer que era amor

o que ainda sentia,

o Tempo o desmentia,

dizendo que era outro sentimento

que o mantinha todos os dias.

E assim, diante da Eternidade,

o Amor precisou usar de toda

a sua sinceridade

e confessar que o amor,

não era mais Amor,

mas sim uma grande Amizade...




Débora Benvenuti

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