A ANDORINHA



Uma  andorinha  que pelo céu voava,
sentia que suas asas  não mais suportavam
a jornada que a transportara,
entre céus e mares ao encontro
de seu amado.
Perdera-se do grupo
num momento de distração,
e agora, motivada pela emoção
de refazer a revoada
e reencontrar a força  que a mantivera
por tanto tempo
nessa busca incessante  da felicidade,
sente dificuldades  em perceber,
que não mais pode pertencer
ao grupo que a abandonara,
voando assim sozinha,
pelos ares.
Na imensidão do anoitecer,
já cansada,
com a alma dilacerada  por tantas noites
sufocando o pranto,
percebe que por mais alto que voe,
por mais depressa que suas asas
alcem o vôo frenético  da revoada,
uma andorinha só não faz verão,
Voa só...na solidão...


Débora Benvenuti


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