O JÚRI



 Os Sentimentos decidiram escolher
um representante,
que pudesse estar presente
em todos os momentos
e fosse ao mesmo tempo portador
dos mais belos acontecimentos.
Escolheram primeiro,
quem faria parte do júri
e chegaram a um consenso:
Que a Razão, a Verdade e a Honestidade
eram portadores de tais qualidades.
Quem primeiro desfilou foi a Vaidade,
com tanta sensualidade
que deixou a todos ofuscados.
Seguiu-se o Exagero,
trazendo consigo coisas  fúteis ,
sem nenhuma utilidade.
Quando a Tristeza se apresentou,
todo o mundo se calou,
tão pesado o ambiente ficou.
Então chegou a vez do Desânimo
dizer alguma coisa.
Mas estava tão calado,
que não falou quase nada.
Seguiu-se a Preguiça,
que estava tão cansada
que ficou enroscada
no cordão da calçada.
A última candidata foi a Esperança,
que deixou a todos fascinados,
com o poder que dela emanava,
cada vez que se aproximava
dos outros candidatos,
que a observavam admirados,
tal era a formosura
daquela bela criatura.
E a Verdade então falou com toda a Razão,
que a Honestidade não poderia perder
a oportunidade de eleger essa candidata,
como a mais perfeita,
por que não possuía nenhum defeito
e a todos deixava uma mensagem de Esperança.
Mesmo para aqueles que já não acreditavam
em nada e a vida nada mais lhes interessava.
Fez-se então, a Esperança,
a mais bela representante,
de todas as mensagens,
que foram entregues
a partir daquele momento
de sublime encantamento.



Débora Benvenuti

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